TRIBUTO A PAULO EMÍLIO COSTA
Meu caro
amigo, li, com particular interesse, seu último pronunciamento contra a
instituição da pena capital para os crimes hediondos. Respeito, com sinceridade,
seus nobres sentimentos, porque sua paciência é divina. O homem está na terra
há 4,56 bilhões de anos (seis mil anos para a Bíblia), e Deus continua,
pacientemente, tentando a sua recuperação. Nós também vínhamos pacientemente
tentando o mesmo desiderato, mas, a diferença agora, meu jovem doutor, é que
até à minha geração o homem furtava,
dando-nos chance de tentar recuperá-lo através dos milhares de insuficientes
medidas de alcance social que tomamos. Agora esse tempo não nos é mais dado,
eles estão dizimando as nossas famílias barbaramente, nos tirando do cenário das
lutas. É preciso repetir sempre: a pena capital para os crimes hediondos não
visa resolver o problema da criminalidade, mas por “um freio de acomodação” na
sociedade, para que tenhamos a oportunidade de continuar nessa luta que é sua,
que é minha, que é de todos nós.
Meu abraço,
valioso amigo.
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