UM
SÍTIO HISTÓRICO A MENOS EM MUNDO NOVO
E o casarão do “Velho Angelinho” está vindo abaixo!
Praticamente, quase todos os sítios históricos de Mundo Novo foram demolidos. O
que resta? Somente o casarão de estilo colonial da “Rua da Igreja”, que
pertenceu ao Coronel Francisco Custódio de Lima (Chico Lima), e ainda está de
pé, isso graças ao esforço de nosso denodado filho adotivo Senhor José Carlos
ARAGÃO. Nunca, na história administrativa de Mundo Novo, um imóvel foi tombado.
Nesse sentido temos lutado pela preservação do casarão da Rua Coronel Francisco
Lima, onde poderíamos instalar um museu municipal. Mas o desinteresse e a
indiferença dos administradores municipais têm sido decepcionantes!
Restam-nos, na Praça Senador Cohim, apenas o sobrado
onde viveu o ilustre e respeitável mundo-novense Senhor César Augusto Leão, que
ali viveu e e constituiu sua grande e nobre família. Não há documentos da idade
desse prédio, mas ele tem uma história: esse imóvel teria pertencido ao Senhor
Aurélio Ferreira, comerciante, que era um desafeto de um grupo de revoltosos
que invadiu Mundo Novo na década de 20/30. Assim que os revoltosos pararam
defronte à Prefeitura, que era vizinha, o Senhor Aurélio com sua família fugiu
pelos fundos da casa, mas esqueceram uma criança que ficara sobre uma cama. Uma
doméstica resolveu resgatá-la e a levou consigo. Assim que os revoltosos
invadiram o sobrado e chegaram até um dos quartos, um deles observou: “O
desgraçado fugiu há pouco, a cama ainda está quente”. Outro prédio renitente é
o pertencente à Sociedade Aliança,
sucessora da Euterpe Mundo-novense. Era uma casa de um só pavimento que foi
reformada em 1904 pelo Prefeito Raul da Costa Vitória para abrigar o novo clube.
O prédio do Velho Angelinho (Ângelo
Custódio de Lima), embora não conste do Registro Público, com certeza foi
construído no século IX, século da fundação de Mundo Novo. Contaram-nos antigos
moradores de nossa Terra que aquele imóvel pertenceu a um rico Senhor Marques, que
está em nosso livro “Histórias que Ouvi Contar”, como o adquirente do primeiro
piano, que importado da Alemanha, veio parar em Mundo Novo. Ora, naquele
casarão residiu Chico Lima, que faleceu com 97 anos de idade e, por sua doação,
passou para seu filho Angelinho (Ângelo
Custódio de Lima), que ali residiu durante toda a sua vida e faleceu aos 84
anos como seu proprietário. Os demais imóveis foram demolidos impiedosamente,
ficando Mundo Novo assim prejudicado em sua memória histórica. Vamos confiar
que o jovem Prefeito Luzinar Gomes Medeiros tombe o imóvel da Rua de Igreja ,afinal
de contas, isso nada custa ao erário público.
PS – Os fatos narrados
referentes ao sobrado do Senhor César Leão nos foram passados pela culta
professora Sônia de Oliveira Leão, filha do Senhor César e por Ana Laura
Trindade, mundo-novense de invejável memória.
O SOBRADO DO VELHO ANGELIM
ResponderExcluirDando uma olhada no Acervo de Mundo Novo, é possível verificar como o patrimônio histórico de Mundo Novo está desaparecendo. Podemos citar alguns exemplos como, o sobrado na Rua Ruy Barbosa, onde funcionou o cinema de Torquato, o prédio do IBGE, o casarão da Família Leão. Na Rua da Muritiba, o primeiro Fórum, construído na gestão do Prefeito Antonio Ângelo de Lima; na Rua do Recreio (Avenida Osvaldo Ribeiro) onde funcionou o prédio escolar José Carlos da Mota, totalmente descaracterizado, transformado numa Prefeitura horrível; na Rua da Igreja, o casarão do Sr. Jorge Karaoglan, na Floresta a casa do Sr. Antonio Ângelo de Lima, totalmente descaracterizada. Como era bonita aquela casa! A antiga Prefeitura, na Praça Senador Cohim, o sobrado que pertenceu ao medico Adalberto Cerqueira Campos. Todos nós sabemos onde foi edificada a casa de Edison Cardoso, ali foi construída a primeira casa de Mundo Novo. Enfim, esses são alguns exemplos de casas antigas de Mundo Novo, que foram descaracterizadas, não para apagar a história de Mundo Novo, mas para dar seguimento a uma nova história.
Parabéns aos JOVENS EMPRESARIOS, filhos de Mundo Novo, donos da Empresa WBARRETO, que vão construir onde foi o sobrado do velho Angelim, um prédio moderno, sede da empresa. Meu querido avô, o pai que conheci, meu velho Angelim, jamais vou esquecer! Sua lembrança estará perpetuada com seus netos, bisnetos e toda uma geração que está por vir. Não importa se já esqueceram que você, meu pai, durante anos, foi o engenheiro da Prefeitura, elaborando plantas de casas, inclusive a planta da capela no Morro da Santa Cruz, que simboliza um sino, sem nunca ter cobrado nada de ninguém, que durante anos exerceu o cargo de Adjunto de Promotor. Não importa. Seus netos e bisnetos vão lhe venerar por toda a vida. Seu legado permanecerá vivo entre nós. Jayro Lima.