domingo, 6 de março de 2016



MARIA CATARINA DE SOUZA, 104 ANOS DE UMA VIDA HEROICA






         Aos 104 anos de idade, D. Catarina é uma anciã simpática, lúcida, inteligente, perfeitamente integrada nos fatos de seu dia a dia. Quem nos conta a sua história é sua filha caçula Dagmar (já avó).
         “Maria Catarina de Souza, nasceu em 25 de novembro de 1912 na zona rural de Italegre, município de Baixa Grande. Veio morar em Mundo Novo ainda jovem e por esse motivo considera-se uma mundo-novense nata. Filha de descendentes de escravos teve uma vida sofrida, mas digna, pautada na confiança e fé em Deus. Viveu a época de Lampião, o rei do cangaço. Quando ele tornou-se cangaceiro ela tinha apenas dez anos de idade. No período em que Lampião veio para o nordeste e vivia escondido em fazendas da região, ela tinha dezoito anos. ’
         ‘Viveu também a época dos revoltosos, que tanto aterrorizaram as famílias.
         ‘ Ainda muito nova teve três filhos: Deceles, Dalvo (já falecido) e Dagmar. O pai de seus filhos tirou-lhe os dois mais velhos, ficando ela apenas com a caçula. ’
         ‘Passou muitas dificuldades para criar sua filha. Vendia lenha, jaca e lavava roupa para sobreviver. Naquela época morava no Sítio Vereda Bonita, na serra do Cobé. Foi então acolhida pela família Brasileiro à qual até hoje é muito grata. O Sr. Dionísio e D. Cândida Brasileiro a acolheram como filha, tendo sido criada principalmente por D. Lali Brasileiro. D. Catarina aprendeu então a cozinhar, lavar roupa, enfim, ser dona de casa com apenas oito anos de idade. Os filhos mais velhos quando voltaram para a sua companhia já estavam crescidos. Posteriormente adotou uma filha, Eliana. Todos os seus filhos casaram-se. Sua família hoje é composta de netos, bisnetos e trinetos, todos somando um total de vinte e seis. Pedrinho, adotado, é seu primeiro trineto,” conclui Dagmar.
         Dona Catarina, aos 102 anos de idade, às vésperas dos 103, é uma senhora lúcida, inteligente, independente, mora em sua própria residência, é querida por todos, sendo considerada uma patrimônio do povo mundo-novense.

(Artigo retirado do livro Mundo Novo, Nossa Terra, Nossa Gente, 4ª edição, segunda parte, intitulada À Margem da História de Mundo Novo, a sair).

















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