segunda-feira, 20 de maio de 2019


E se Mundo Novo tivesse adotado um sistema político socialista?
(Só para meus amigos de Mundo Novo).

            Vou relatar a história de alguns amigos imigrantes ou mundo-novenses que conheci e outros que ainda conheço, em Mundo Novo (os nomes são fictícios, mas os fatos são verdadeiros.)
1 – Joseph Carona chegou a Mundo Novo nos velhos tempos. Trouxe apenas uma pequena pasta onde guardava algumas jóias. Para sobreviver, passava de porta em porta oferecendo suas jóias à venda, que eram conhecidas com “bugigangas”. Quando o pequeno estoque esgotava ele partia para voltar após, trazendo novidades. Foi ficando em Mundo Novo e aqui passou toda a sua vida. Enquanto crescia, implantou em nossa terra, com recursos próprios, luz elétrica, água encanada e uma fábrica de laticínios. Morreu com a reputação de ser um dos maiores pecuaristas do município.
2 – Edilson Souto, mundo-novense de origem humilde, vítima das limitações da época, fez o caminho inverso. Ainda muito jovem, foi buscar melhores dias em outras terras. Lá estudou, formou-se em Direito e um belo dia aqui chegou como “doutor”. Não acreditaram nele. Duvidavam de seu título. E os clientes continuaram procurando dos advogados já bem sucedidos que aqui já advogavam há anos. Não se intimidou: redigia suas petições e pedia a um colega para assinar por ele. Começou a ganhar causas e dinheiro. Passou à dianteira dos mestres e em pouco tempo já se iniciava timidamente no comércio de gado. Está aí vivinho da silva, fazendo beiço para a advocacia e é um próspero pecuarista da região.
3 – Ivan André, também de Mundo Novo, estudou contabilidade, firmou-se no ramo pela sua competência, adquiriu um pedacinho de terra... que virou sítio, que virou fazendas. Suas fazendas são as mais bem administradas de nossa terra. Ele as cultivou com as próprias mãos, partindo com o raiar do dia, lançando sementes com as próprias mãos.
            Conheço muitos outros que também fizeram proezas, partindo sempre do nada.
            Nos dias atuais, vendo o Brasil capitalista seriamente ameaçado pela doutrina socialista, lembrei-me dos citados cidadãos, suas histórias fantásticas de conquistas e crescimento, com estariam se tivesse encontrado um Mundo Novo socialista? Não passariam hoje de empregados do governo, com assas cortadas, sem oportunidades de crescimento, pois pertenceriam a uma sociedade igualitária, sem classes sociais, onde os bens não seriam seus, mas da sociedade e gerenciados pelo Estado.  
            Eu tinha um professor de direito, financeiramente bem situado, mas que tinha ideias sócio-comunistas. E ele nos dizia: “um dos maiores absurdos de capitalismo é a herança. Nada nos pertence, toda herança deveria ficar para o Estado.
            Fico vendo as filmagens dos países socialistas que ainda resistem sem recorrer a institutos capitalistas: ruas com carros velhos, televisão controlada e em preto e branco, muitos cidadãos sem estímulo para produzir, porque seus sonhos era construir um patrimônio próprio, para deixar para seus filhos...
            Sei que meus amigos “vermelhos” vão me barbarizar por este escrito onde eu concluo: como deve ser triste e enfadonho viver num país socialista!
            Mundo Novo (BA), 20 de maio de 2019.

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