quinta-feira, 13 de dezembro de 2012


ÍNDIA


         Em plena adolescência, a música ÍNDIA cravou-me profundas raízes sentimentais. Apaixonado por uma amor platônico chorei, tantas vezes, ouvindo repetidamente essa guarânia. Esse amor não se concretizou jamais. Desapareceu perdido nas brumas do tempo.
         Já no outono da vida, uma jovem morena, “cabelos nos ombros caídos, negros como a noite”, personalizou-se diante de mim. Era um “broto” em pleno frescor da mocidade! “Resistir, quem há de...”, apaixonei-me pela materialização de uma imagem distante, perdida no passado, mas que, misteriosamente, postava-se diante de mim.
         Ironias do destino! A jovem mostrou-se logo incompatível com meu temperamento romântico, bucólico e saudosista. Preferiu a algazarra de seus contemporâneos, como era de se esperar. Separamo-nos.
         O tempo passou. Voltamos a nos encontrar. Eu não a esqueci e ela, ao que aparentava, também não me esqueceu, mas continuava doidivanas.
         Disse o poeta que “a vida é uma sucessão de desencontros...” Apesar desse desencontro, ela não me sai do pensamento e continuo cantando em meus desabafos íntimos: “Índia a tua imagem, sempre comigo vai, dentro do meu coração todo meu Paraguai”.
         Lembranças, nada mais!
                                     




        
  

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