terça-feira, 20 de agosto de 2013

O Código Penal Bíblico
(À alma pura de meus amigos Paulo Emílio, Tarcísio Petilo e Maurílio Araújo, adversos à pena capital).

                        Assim que Deus criou o homem e a mulher os colocou no Paraíso, cercados de muito zelo e de todo amor. Mas, pouco durou essa felicidade e Adão e Eva logo provocaram a ira do Senhor. Não sei até hoje exatamente o que eles fizeram, mas a reação divina foi radical: os expulsou do Jardim do Éden, aplicando-lhes a pena de banimento e amaldiçoou seu primogênito: “Agora tu serás maldito sobre a terra... Quando a tiveres cultivado, ela te não dará frutos”. (Gênesis, Cap. 4:8- 9).
                        Mas a pena aplicada, não obstante rigorosa, não foi o suficiente para dar novo rumo à família original. Logo o primeiro filho do casal, Caim, assassinou seu irmão Abel. E aí os descendentes de Adão rumaram para a senda da corrupção: “Vendo Deus que a malícia dos homens era grande sobre a terra... arrependeu-se de ter criado o homem no mundo, e disse: ‘eu destruirei da face da terra o homem que criei”. Foi o que a Bíblia chamou de “Corrupção Universal”.
                        Aí, então, o Criador voltou a radicalizar. Condenou os humanos de então à morte por afogamento, poupando, apenas, Noé e sua família, mandando chover durante quarenta dias e quarenta noites. Numa barca construída por Noé foram salvos apenas sua família e um casal de animais de cada espécie.
                        Não teve jeito. Logo os descendentes de Noé enveredariam também para a corrupção e para o crime. Havia então duas cidades, Sodoma e Gomorra, onde a imoralidade e a perversidade eram insuportáveis. Só um homem probo chamado Ló, que para salvar da morte dois anjos que lhe tinham sido enviados por Deus, chegou a oferecer suas filhas donzelas, num apelo desesperado: “Peço-vos, irmãos meus, que não façais tamanho mal. Eu tenho duas filhas, que ainda são donzelas; eu vo-las trarei, e usai delas como for de vosso gosto, contanto que não façais mal algum àqueles homens, porque entraram em minha casa, como para um lugar de segurança”. Mas os anjos se apressaram a salvar Ló e sua família e prometeram: “Nós vamos destruir esse lugar; pois que o clamor dos seus crimes se tem elevado, cada vez mais à presença do Senhor e ele nos enviou para que os destruíssemos”. Voltou a divindade a aplicar sobre suas criaturas a pena capital: “Fez o Senhor, pois, cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e de fogo, que o Senhor fez descer do céu”.
                        Deus, entretanto, não desistiu dos homens. Passados os anos, resolveu fazer um Código da Aliança a ser aplicado ao seu povo que acabara de ser retirado da escravidão e entregue aos cuidados de Moisés que os conduziria à Terra Prometida. Mas, no trajeto rumo à terra prometida, o povo de Deus começou a dar enorme trabalho a Moisés, praticando toda sorte de indisciplina e maldade. Deus, então, dialogou mais uma vez com Moisés: “Eis aqui as ordenações de justiça que tu proporás ao povo” (Êxodo, Cap. 21). Na parte do Código que disciplinava os Homicídios e lesões corporais, ficou estabelecido: 21: 12 “Todo o que matar de caso pensado um homem, será também morto” 15 “Todo o que ferir a seu pai, ou a sua mãe, morra”. 21: 17 “O que amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, morra”.
                        Como, quem sabe, num último esforço para salvar a humanidade, Deus mandou seu filho unigênito para morrer pelos homens e lavar seus pecados da face da terra. E Embora Jesus Cristo tenha vindo para aperfeiçoar a lei antiga, agiu também com o mesmo rigor com os ímpios: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós com vestidos de ovelhas, e dentro são lobos roubadores! Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura os homens colhem uvas dos espinhos, ou figos dos abrolhos? Assim toda a árvore boa dá fruto; e a má árvore dá maus frutos. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar bons frutos. Toda a árvore, que não dá bom fruto, será cortada e metida no fogo. Assim, pois, pelos frutos deles os conhecerás” (Mateus, Cap. 8:15 a 20).
                        No entanto sacrificaram o Cordeiro. O homem cometeu, então, o maior crime de sua história. Desde aquele dia, nunca mais Deus dialogou com o ser humano, como o fez no Velho Testamento, e no Novo, através de Cristo. Resta agora a profecia do Juízo Final: “Mas quando vier o Filho do homem na sua majestade, e todos os anjos com ele, então se assentará sobre o trono da sua majestade... e assim porá as ovelhas à direita, e os cabritos à esquerda... Então dirá também aos que hão de estar à esquerda: apartai-vos de mim malditos, para o fogo eterno, que está preparado para o diabo, e para os seus anjos”.(Mateus, 25-31).
                        Como se vê, “Deus é amor, mas é também justiça”.
                         
                       
                         

            

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