REUNIÃO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Assisti essa madrugada a gravação de
uma reunião da Comissão de Direitos Humanos. Na verdade a reunião já estava
chegando ao seu final, tendo eu ouvido e visto apenas o pronunciamento de dois
deputados. Primeiro uma nobre deputada, que ultrapassou todo o tempo lhe era concedido,
defendendo o direito das presidiárias de poderem usar seus batons, fazer suas
maquiagens e disporem de uma toalete decente onde possam se aprontar para
receber seus maridos nos dias de visitas. “Finalmente elas são mulheres”,
concluiu. A deputada foi secundada por outro nobre deputado que indignado,
queixou-se de estar sendo agredido verbalmente por pessoas que defendem o
aumento das penas e “vejam Senhores deputados, estão defendendo até a pena de
morte!”. Teceu duras críticas aos
juízes que estão determinando o recolhimento de condenados sem perquirir antes
se há vagas nas penitenciárias. Tudo
digno de aplausos, tudo muito humano. Eu sé fiquei indignado porque nem uma
palavra foi dedicada a você que teve seu pai assassinado no trabalho, nas ruas
e até dentro de casa. Não foi dedicada uma palavra a você que teve seu filho
morto violentamente por causa de um celular. Nenhuma palavra foi dedicada
àqueles que tiveram suas mães, suas esposas, suas filhas estupradas em plena
luz do dia (foi noticiado na TV, outro dia, que uma jovem de quatorze anos foi
estuprada num banho de sol em plena praia do Leblon, no Rio de Janeiro). Nem
uma palavra foi dedicada aos policiais que estão sendo mortos em pleno
exercício de seu dever em defesa da sociedade. Sem comentários!
Nenhum comentário:
Postar um comentário