sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A FRUSTRAÇÃO DO MINISTRO
            Jovem extremamente pobre, que poderia, como milhões de brasileiros, estar vivendo à margem da sociedade, abraça com profunda dedicação a carreira jurídica, torna-se um expert em sua profissão e chega a Ministro do Supremo Tribunal Federal, coberto de glórias. Diríamos um homem plenamente realizado em sua vida.
            Mas, de repente, vê abrir um abismo sob seus pés: chega à conclusão de que a profissão que abraçara com tanta devoção não passa de uma encenação orquestrada pela Constituição Federal de seu País, que absurdamente outorga ao presidente da república e aos governadores do estado o poder de escolher, finalmente, os ministros e os desembargadores do judiciário. Aí, então, essa escolha passa a ser um ato político-partidário, normalmente sendo escolhidos os correligionários do presidente e dos governadores.
            O resultado foi a frustração total do Ministro Joaquim Barbosa, que quase às lágrimas, amargou a sua profunda decepção.

            Realmente, é forçoso reconhecer, o “O Brasil não é um país sério”.

2 comentários:

  1. Dante a frustração não é só do Ministro , mas da sociedade que clama por justiça, por um País decente, sem interferência da política na Justiça. Morre aos poucos a esperança de um País realmente justo pra todos. Concordo plenamente com seu comentário.

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  2. sério e preciso o comentário. so uma contribuição. tudo é muito mais simples do que parece, e um pouco mais complicado do que se imagina. a lição é longa e demorada. a democracia ganhou apesar de que o resultado poderia ter sido bem melhor. na verdade o /Direito é uma ciência (?) complexa. todos os condenados que chegaram até o supremo com infringentes tiveram uma segunda chance, na qual, invariavelmente, o supremo manteve as condenações.
    neste caso o orquestramento já era previsível. mas como conciliar política e direito e moral? a constituição permite a nomeação de membro da mais alta corte pelo chefe da administraçaõ. os ministros são livres. o estado é de direito. para todos efeitos tudo foi feito corretamente. ai perdeu a moral, o conceito a ética. Se Celso de Melo tivesse votado, politicamente, como previa que seria o julgamento final, nao teria acolhido os infringentes, e tudo acabaria ali. mas quem mandou ser correto e aceitá-los. É assim. Num mundo de incorretos , quando se faz o que é correto, todos pagam.

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